Escrever da conferência das
Nações Unidas sobre biodiversidade daqui da Índia é um convite à reflexão sobre
o impacto da população no meio natural, e nos sistemas e interações que
garantem a vida nesse planeta. Um país onde moram um bilhão e duzentos milhões
de indivíduos, e tem um território de aproximadamente um terço do nosso, serve
como um bom exemplo para demostrar um fórmula simples para medir esse impacto.
Impacto = PopulaçãoxAtividadexTecnologia. Na Índia a população é crescente, o
nível de atividade é baixo (principalmente se medido em termos de PIB percapta),
e a Tecnologia é direcionada para atividades predatórias, basta lembrar que 70%
de sua energia depende da queima de combustíveis fósseis. O resultado é muito
impacto.
A mesma fórmula aplicada a cada país presente aqui nas negociações dá resultados muito diversos, e daí a dificuldade de conciliar os interesses daqueles que estão aqui representados. A reunião das partes (COP11) acontece na cidade de Hyderabad, símbolo da Índia de tecnologia avançada, principalmente em computação, às vezes até chamada de Cyberabad.
A mesma fórmula aplicada a cada país presente aqui nas negociações dá resultados muito diversos, e daí a dificuldade de conciliar os interesses daqueles que estão aqui representados. A reunião das partes (COP11) acontece na cidade de Hyderabad, símbolo da Índia de tecnologia avançada, principalmente em computação, às vezes até chamada de Cyberabad.
Os dois temas mais importantes na
agenda desse ano é o chamado Plano Estratégico 2011-2020, incluindo as 20 metas
definidas em 2010 no Japão, e as regras para adoção Protocolo de Nagoya,
previsto para entrar em vigor em 2015 e que regulamentará o acesso aos recursos
genéticos e distribuição de seus benefícios.
O Brasil fez um trabalho
considerado bastante avançado em relação aos outros países no que se refere às
metas, as tais Metas
Aichi. Os trabalhos realizados
por uma ampla iniciativa chamada “Diálogos
para Biodiversidade” são a prova disso. Esse ano é esperado que a maioria
dos países traga a situação da adaptação das metas aos seus contextos
nacionais. O problema é que na atual situação da economia global, na qual os
países até então considerados ricos estão maciçamente endividados, fica difícil
conceber um cenário de doações aos mais pobres para que estes implementem suas
respectivas metas.
Já em relação ao protocolo de
Nagoya, ele ainda depende de uma ratificação por parte do nosso Congresso e
para isso terá antes que aprovar uma lei nacional. Reuniões consultivas entre o
Governo Federal e diversos grupos interessados, como o socioambiental, o
agronegócio, as empresas de biotecenologia, as farmacêuticas e de cosméticos,
vêm acontecendo desde o início de 2011. Para que o Brasil tire proveito de sua
megabiodiversidade, esse processo deve continuar aberto e de forma profissional
sob o risco de polarizações ideológicas. Há um vasto horizonte de oportunidades
com possibilidade concreta de resultados positivos para todos nós. A
ratificação até agora só foi feita por cinco países e enquanto não completar 50
o protocolo não entra em vigor.
Nos próximos textos vou escrever
os desdobramentos desses assuntos a partir da experiência de observador da
conferência de Biodiversidade aqui na Índia. Vou também descrever um pouco como
o setor privado está incorporando essa agenda uma vez que estou representando o
movimento empresarial pela biodiversidade Brasil em algumas ocasiões.